Quem é esse cara?

Minha foto
Por Claudio C. D’Orazio - Incluindo-me em análise de uma vida mal dormida, Afonso disse que nós que havíamos sido quase artistas, sabíamos do que se tratava. Não concordei, exatamente, com aquilo, mas nada disse. Digo agora... Ao Afonso, tudo interessa. Música, dança, literatura, pintura, escultura, dramaturgia, o sexo das formigas, os vulcões, as tartarugas, todas as palavras, outras palavras, todos os povos, enfim, todas as coisas... Trata-se de um apaixonado, assim, poderia discorrer sobre qualquer coisa, com algum conhecimento. Ligar-me a ele, como quase artista, foi de uma gentileza enorme. Somente os que não dormem, motivados por tamanha paixão podem usufruir de definição tão complexa. Questiono-me mesmo assim o que vem a ser um artista e por conseguinte um quase-artista. Em minha análise modesta, o Afonso sempre foi um grande artista, não publicado, entretanto,agora sendo resolvido. Seus desenhos, seus poemas suas críticas artísticas influenciaram-me de uma forma marcante, decisiva, por onde vou o carrego comigo, vocês, doravante, o carregarão com certeza, sendo marcados por sua criatividade e multiplicidade, é o que pensa e deseja este aspirante a quase-artista.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

III Todo fim é um recomeço


Enquanto o barco se afastava de Jericozinho, Vito ia pensando o que seria de sua vida. Leu a carta que seu pai escrevera a sua tia e  percebeu que o destino lhe dava a chance de escolher. Decidiu que não iria para casa de tia Dita, mudaria seu rumo, mudaria sua vida. Contou o dinheiro que trazia consigo e achou que já era um bom começo. Quando chegou a Salvador foi direto para rodoviária disposto a comprar passagem para primeira capital que lhe acenasse. Ficou parado diante de um guichê sem nada dizer, algumas pessoas que estavam na fila começaram a reclamar, foi quando o bilheteiro disse, E ai mocinho, já decidiu o que vai querer? Olhou para o bilheteiro e, por de trás dele viu o cartaz com o Cristo Redentor que lhe acenava em cima do corcovado e disse sem pensar, Rio de Janeiro, por favor. Pronto seu destino estava traçado.
Um tanto quanto assustado com a passagem para o Rio de Janeiro nas mãos, comia um sanduíche de mortadela sentado num canto da rodoviária. Não sabia por que ia indo, mas ia indo. Aquele momento era um marco da sua vida, era o recomeço.
Ao embarcar tocava no alto-falante da rodoviária uma musica clássica que sempre ao ouvi-la lembraria daquele dia, viria a saber no futuro se tratar de “Clair de Lune” de Debussy. Era noite e Vito seguia seu destino pela estrada sob o clarão do luar, lembrando-se da música que ouvira na rodoviária. Parecia que tudo conspirava a favor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário